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É nóis

Pedro Valls Feu Rosa alerta sobre a crescente influência do crime organizado no Brasil e a responsabilidade de cada cidadão na luta contra impunidade


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Imagem ilustrativa da imagem É nóis
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo

Há não muito tempo li um sério alerta divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Revelou-se que o crime organizado neste país já movimenta mais dinheiro com a venda irregular de combustível, ouro, cigarros e álcool do que com o tráfico de cocaína.

Há neste estudo, denominado “Segurança Pública e Crime Organizado no Brasil”, a advertência de que estamos, enquanto país, próximos de um ponto irreversível. Tradução: descortina-se no horizonte o momento no qual já não teremos mais força para reagir.

Eu não ocuparei as linhas seguintes transcrevendo as estatísticas que am estas conclusões – seria algo raso demais. Ser-me-ia fácil, também, simplesmente criticar as autoridades responsáveis pelo combate ao crime – algo igualmente superficial, convenhamos.

Prefiro, assim, pedindo humildemente licença, referir-me aos tantos que, malgrado não constem das folhas de pagamento das quadrilhas, imediatamente gritam “é nóis” quando diante destas – um pecado que muitos de nós cometem.

Você sabe que algum produto ou serviço é oriundo do crime organizado mas ainda assim o compra por ser mais barato? Acabou de gritar “é nóis” - afinal, está lucrando com o crime enquanto o fortalece. Simples assim.

Você de alguma forma contribui para a impunidade de criminosos os mais cruéis, seja por ação ou omissão? Ao fazê-lo está berrando “é nóis”, agindo a troco da paga mais vil – covardia, vaidade ou dinheiro. Lembre-se, com Victor Hugo, que quem salva o lobo condena o carneiro – que pode ser você mesmo ou alguém de sua família.

Você bajula alguma autoridade complacente com o crime, movido por interesses menores? Acabou de gritar “é nóis”, por contribuir para a perpetuação do poder dos maus.

Você torna mais espinhosa a vida dos poucos que se dispõem a combater o crime? Está a dizer “é nóis”, ao ser instrumento do mal em troca de alguma vantagem qualquer.

Você, autoridade, prefere dialogar com os criminosos ao invés de combatê-los? Acha esta prática mais cômoda, segura e interessante? Está a balbuciar “é nóis” e a entrar para o mundo do crime.

Você, do mundo das leis, busca atormentar o povo com uma tal “cultura de segurança” para que ele, iludido, não lance o olhar àquelas comunidades dominadas por bandidos? Nas quais ausente o Estado? Com seu cinismo sussurra “é nóis”, enquanto consolida o poder dos maus.

Você, eleitor ou autoridade, a com seu voto ou atitude alguém conivente com o crime? Candidatos do mal a cargos públicos? Seja lá quais forem os seus motivos está a exclamar “é nóis”, por permitir a infiltração de quadrilhas inteiras nas instituições.

Será assim que “nóis” sonegaremos ao Brasil a única maneira de efetivamente combater a criminalidade: através da mobilização de toda a população. Será assim que “nóis” entregaremos nosso país ao crime. Será assim, de forma hipócrita e vil, que “nóis” condenaremos as gerações futuras. Será assim, finalmente, que “nóis” chegaremos perante o Criador: sob a ilusão de que é possível existir um “bandido bom” – “nóis”.

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